Victor Barboza
De acordo com uma pesquisa da Boa Vista, 96,5% das falências que foram decretadas em 2018 eram de pequenas empresas. Um dos principais motivos que levam negócios falirem é a falta ou a má gestão. Independente do porte da empresa, a gestão é algo que sempre deve caminhar junto com as atividades rotineiras, pois é ela que dá os direcionamentos e sinaliza pontos que precisam ser mudados.
Quando o assunto é a gestão nos pequenos negócios, muita gente acaba deixando de lado por conta da falta de conhecimento ou a falta de reservar determinado tempo para trata deste assunto. Seja um ou o outro motivo, fato é que deixar a gestão de lado é similar a querer dirigir um carro com os olhos tapados.
E quando consideramos não só pequenas empresas, mas mais especificamente os negócios criativos, a falta de simpatia por números é uma característica muito comum com o empreendedor dessa área, o que faz surgir uma espécie de barreira com as finanças.
Até 2008, não existiam muitas saídas. Para ter uma empresa funcionando bem, o empreendedor precisava se submeter a altas tarifas bancárias para ter uma conta no nome da sua empresa, as linhas de crédito eram poucas e com condições nada atrativas, e, no quesito controle financeiro, era necessário utilizava inúmeras planilhas ou cadernos.
O ano que marcou essa transição foi 2008, que, por um lado foi marcado pela crise econômica mundial, mas por outro lado, justamente por esse acontecimento, acabou incentivando o surgimento de um movimento que passou a oferecer inúmeras soluções financeiras para as pessoas e para as empresas. Trata-se do surgimento das Fintechs, empresas de base tecnológica com foco em soluções financeira.
Visto este movimento, listamos abaixo algumas dessas iniciativas que podem ajudar na vida financeira dos negócios criativos:
1) Conta Azul
O Conta Azul é um sistema para controle financeiro do negócio. Ele acaba tendo a função de substituir as inúmeras planilhas ou folhas com as movimentações financeiras. Além desta função de fluxo de caixa, o Conta Azul oferece a possibilidade de controle de estoque, emissão de notas fiscais e boletos, e conciliações bancárias automatizadas.
2) Quickbook Zero Paper
O Quickbooks Zero Paper, assim como o Conta Azul, é um sistema para controle das finanças do negócio. Ele acaba sendo mais simples em suas funções.
3) Bling
O Bling também está nesta mesma categoria das duas empresas anteriores. É um sistema para controle financeiro, que também oferece controle de estoque, emissão de nota fiscal e até ponto de venda (PDV) para lojas e estabelecimentos comerciais.
4) Granatum
O Granatum também é um software online para a gestão financeira de pequenos negócios. No módulo financeiro ele apresenta também a funcionalidade de Orçamento, ajudando a empresa a fazer seu planejamento e controle. Além do módulo Financeiro, o sistema possui também os módulos Vendas e Estoque.
5) Banco Inter Pro
O Banco Inter é um banco digital que na sua versão Conta Digital Pro, voltada para empresas, acaba sendo uma opção isenta de qualquer tarifa bancária, possibilitando a realização de transferências, saques, geração de boletos, pagamentos e serviços que os bancos oferecem. O banco oferece também opções para investimentos e linhas de crédito.
6) Neon Pejota
A Neon Pejota também é uma opção de banco digital para pessoa jurídica.
7) ASAAS
O ASAAS é uma plataforma de recebimentos. Por meio dele, é possível gerar vendas online para os sues clientes pagarem via boleto, cartão de crédito e até assinaturas.
8) PagSeguro
Na mesma ideia do Asaas, o PagSeguro é uma opção de meio de recebimento eletrônico. Por meio dele, você gera um link pelo qual seu cliente escolherá a forma como irá te pagar, seja via transferência, boleto ou cartão de crédito. Além da versão eletrônica, a empresa também possui maquininhas de cartão, úteis para quem trabalha com vendas presenciais.
9) Monetus
O Monetus funciona como um robô investidor. Muitas vezes, na hora de buscar investimentos, acabam surgindo dúvidas pelas diversas opções que existem. No Monetus, cria-se uma conta para a empresa, fazendo-se uma avaliação de análise de perfil. Na sequência, na hora de investir, criam-se objetivos, de acordo com seus prazos e valores, para que a plataforma atue e invista para a empresa nos melhores investimentos de acordo com essas variáveis. Outra grande vantagem é a acessibilidade: pode-se começar a investir a partir de R$ 100.
10) BizCapital
Pequenos e Médios negócios muitas vezes acabam tendo dificuldade para conseguir linhas de crédito, e, mesmo que consiga, muitas vezes as condições e taxas não são nada atrativas. A Biz é uma fintech de crédito que surge como alternativa, tendo o processo totalmente online e podendo oferecer condições muito mais atrativas para o seu negócio.
11) Nexoos
Ao contrário do empréstimo tradicional, que é oferecido por uma instituição financeira para o tomador do crédito, a Nexoos é uma plataforma chamada Peer to Peer (P2P). Neste tipo de plataforma, conecta-se pequenas e médias empresas que necessitam de empréstimos com investidores. Acaba sendo uma forma de empréstimo coletivo, onde vários pequenos investidores emprestam seu dinheiro para as empresas, e estas, após serem avaliadas em função do seu risco, têm a obrigação de irem devolvendo o dinheiro aos investidores mais os juros, que costumam ser mais atrativos do que juros das modalidades tradicionais. As taxas de juros vão de 1,3% até 3,23% ao mês. Os valores solicitados vão de R$ 25 mil até R$ 500 mil.
12) Biva
Assim como a Nexoos, a Biva também é uma plataforma de empréstimo P2P. As taxas de juros são a partir de 2% ao mês, com condições de pagamento em até 24 meses. A plataforma aceita MEI’s, pequenas e médias empresas, com empréstimos de R$ 3 mil até R$ 800 mil.
13) Tutu Digital
A Tutu Digital também é uma plataforma de empréstimo P2P. As empresas podem solicitar empréstimos de R$ 1.000 até R$ 100.000, podendo pagar as parcelas de 6 até 24 vezes.
14) IOUU
A IOUU é outra opção para empréstimo coletivo. Eles oferecem opções de empréstimo para microempreendedores, microempresas e empresas de pequeno e médio porte. O crédito vai de R$ 1.000 até R$ 500.000, com prazos de pagamento de 3 até 36 meses, e taxas de juros a partir de 1,3% ao mês.
15) Clicksign
A Clicksign não é exatamente uma Fintech, trata-se de uma Lawtech (empresa de tecnologia que, ao invés de trazer soluções relacionadas às finanças, traz na área jurídica). Porém, por ser uma atividade que as empresas realizam que acabam tendo total relação com o financeiro, este é o motivo desta menção honrosa. A Clicksign é uma plataforma para assinatura eletrônica de documentos. De acordo com a Medida Provisória 2.200, a assinatura eletrônica dos documentos tem validade jurídica, e, mais do que isso, acaba trazendo maior praticidade para as empresas e podendo resultar em economias de gastos com correio e cartórios.
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